16.5.15

Eu percebo
sobre aquela luz lilás
na sua janela
o quanto estou distante
daquilo que eu procuro
eu sou muito mais sentimento
do que impulso
presa entre algo que nunca acaba
e aquilo que nunca começa
Não faz sentido,sei bem
mas eu pertenço
a outros olhos
Seria possível
te alcançar
gentil criatura
chamada amor?
Nada mais me importa,
agora
ou antes.



5.5.15

Eu não vou amar
se você não me pertencer
de tanto que eu tento
foge do alcance
a leveza do destino
me tragando quente
te suspiro rindo
doce trágico desentendimento
o quanto vale o peso
desse fardo que é te querer
sempre que eu desisto
retorna
por que eu não consigo alguém diferente
vou sempre procurar nos outros
teus olhos
tua vida
eu em você
vagamente pra ti
sou eu
refletindo outras vidas
do que poderia ser.

15.4.15

Eu não posso me tornar inteira
com metade das coisas
a distante voz aconselha
que eu só me afaste
de toda a tentação
Não importa teu formato
nem teu cheiro
as coisas que me acendem
são tuas ideias tão...
nestes olhos
eu entrego minha alma
então meu corpo acompanha
apenas outra maneira
de fechar os olhos
Me arde tu
lambidas
labaredas
sobre minha pele
me consome nessa pressa
alastra todo teu eu
ao meu lado
eu
aquela velha faísca
trilha inteira
nas minhas veias abertas
ser consumido
o ser
consumidor
distante ondas de calor
eu clamo pra mim
um lugar mais
nosso
Te distrai me procurando
amor te resta pouco
sem eu
ainda

5.4.15

Antes de nascer o sol
quero ver aceso os teus olhos
que miram tão a mim
refletindo o que eu quero
por que não seria tão eu
se não fosse tu
Dentre todos
os pedaços perdidos
ergue-se o desejo
de entrega tão
pura e simples
que não há no mundo
força maior
do que o meu
bel prazer
pois eu amo a tudo que acolho
indiferente de qualquer
restrição a felicidade
meu desejo solenemente
se faz exigente
só se aquieta
quando devora os outros
a vida tão alheia
que floresce laranja
na manhã em que meus sonhos
se perdem.

29.3.15

Liberdade
eu te chamo
eu te clamo
vontade sobre ti
quando as coisas são diferentes
não a mesma velha história
eu rio alto
pois no fundo penso tão longe
a mesma conclusão
dissociação
os meus medos e desejos
virando um grande alvoroço
eu não posso tragar fundo
sem lapsos da tua imagem
tão forte,tão errado
tão eu
desnorteada
a vida é uma grande piada
quando eu quero algo que eu não posso ter
Liberdade,
é escrever teu nome nas paredes
e estar conscientemente presa sob tua vontade
o que eu sinto nada mais é
que um fim de verão chuvoso
eu ainda não vejo claramente
mas a carne demanda
liberdade
contigo
floresce

24.3.15

Isso não é sobre o presente
ainda
eu apenas não sei lidar 
com essa aquietação 
meu rumo tropeça,esbarra 
de leve por entre 
essa rede de acomodação 
eu não me sinto viva
enquanto não morrer lentamente 
sobre a idealização do futuro 
não aceito outro caos
a não ser o auto imposto 
Eu sinto falta de uma parte 
que eu não conheço 
saudades do perigo 
senhor de todos os meios
de liberdade 
da auto destruição 
alimentando meus vicios
sigo pra uma parte mais sombria 
distante da situação real 
nada aceito, apenas exijo 
cada vez mais voraz
um pedaço desse sonho 
a vida que eu queria pra mim 
em meio ao flamejante desejo
de não ser tão humana
Em que ponto os anjos e 
os demônios 
vão parar de brigar pela minha vontade?

22.3.15

Eu não consigo dormir
por que eu vivo
entre a realidade e o sonho
escape daquela velha
sensação
eu tenho um momento
de puro torpor
entre a fumaça
e a trilha
continuo chamando
por alguém que
atenda
entenda
Eu te quero mais
no calor do momento
quando eu não julguei
minha fraqueza
sou levemente inclinada
a tua vontade tão
minha
No teu abraço habita meus medos
e tão fundo eu me arrasto
pra dentro daquilo que eu condeno
nem todo o amor te garante
nem todo o tesão te afeta
as noites que eu vejo o dia
são as mais reais