23.12.13

Você escorre sobre meus dedos
quando eu escrevo sobre desejo
Sinto minha mente ficar vazia
o corpo estremesse
sou só mais um alguém
que corrompe tua imagem
Se teus olhos
se demoram sobre mim
e não houver jeito
de me expressar
engulo esse calor
num gole de cerveja
e culpo essa noite fria
Suspire no meu ouvindo
quando for se despedir
eu teria cem motivos pra ficar
sem vontade de voltar
Teu nome ta na boca dos meus amigos
Meu libido reside na tua pele
Sim, escrevi sobre ti,
de novo

22.12.13

Não é sobre amor
é a inquietação
se eu falo ou faço
tenho desculpa
ou é um capricho
ainda me confundo
e acabo sempre errando
Não é sobre amor
é essa solidão
de cama de solteiro
pra camuflar minhas faltas
sou capaz de lançar qualquer nome
desde que eu sinta algo
além dessa ansiedade
Nunca foi sobre amor
porque eu nunca tive sossego
nem as borboletas
só quis fazer dessa dor
um poema
eu nunca me curei do romance
Não pode ser sobre amor
se não é sobre mim

17.12.13

Coloco minha mochila nas costas
não me atrevo a olhar pra trás
depois de ter um diploma
o deixo pra empoeirar
eu sigo explorando 
o mistério do mundo me cativa
não existe graduação
pra um nômade
pra um louco 
para aquele que quer ser livre
Aos poucos
me liberto das correntes 
do passado
quero envelhecer com o sol na pele
com os calos que a estrada
faz sobre meus pés 
e ver tudo aquilo
que aquele que é formado 
vê apenas na tela do computador
Não se sinta sozinho sem mim 
pois te mandarei um postal
assim que arranjar alguns trocados
Não me procure
pois eu também estou tentando me encontrar
Quero ter a certeza 
de que num mundo tão grande 
é mais preciso ter conhecimento 
daquilo a minha volta 
do que de sentimentos egocêntricos 
dentro de mim 
Se eu não voltar 
pode apostar que é por que 
eu nunca precisei de faculdade
nem trabalho 
apenas paz interior.



9.12.13

Eu me escondo
na casa das flores
esperando pela luz do sol
tomar seu rumo
Sento sobre as folhas
sentindo o frescor
sobre minha pele nua
e se uma formiga
andar sobre meus dedos
não a tirarei
fazendo parte da natureza
sou menos eu
mais um pouco de tudo
nada permanente
Meu livro faz sombra
não ouso o tirar dos olhos
pois quero absorver a beleza
de pertencer a outro mundo
A casa das flores
não precisa de palavras
já que a madeira range
as folhas se arrastam sobre o chão
eu submerjo no fim profundo
do estado natural
Imagino noite após noite
tua volta
as cigarras me avisam
a mesa fica posta
Noite após noite
a única coisa
que invade a casa
é teu silêncio
pois tu não voltou daquela guerra
e na casa das flores
está tudo seco e cinzento
as folhas secas estalam
chegou o outono
mas tu não retornou a tempo

8.12.13

Pega uma cadeira e coloque um gole de café enquanto te conto a história da véspera de natal de 88.
Naquela época eu saia com um cara descolado,o apelido dele era Gus. acho. Ele apareceu na porta da minha casa no que parecia ser o natal mais frio dos últimos tempos. Eu atendi a porta usando um casaco surrado e pantufas, ele me beija e disse pra eu colocar mais um casaco. Eu disse: sinto muito,eu já tenho planos. Mas ele não houve, esta distraído brincando com o meu gato na cozinha. Eu penso, só uma volta, eu volto antes das nove, e vou pro quarto colocar uma roupa.
Ao entrar no carro Gus coloca um cd de músicas natalinas e dá a partida. Ficamos um tempo em silêncio até que ele respira fundo e começa a falar que sentia muito pelo que tinha acontecido na semana anterior, dessa vez eu que finjo que não escuto e olho pros pequenos pontos brancos começando a cair. Gus tinha muitos defeitos e eu amava cada pequena falha achando que apenas eu detinha o poder de mudá-lo. Meus sonhos adolescentes pareciam tão... viáveis.
Nos dirigimos até o pico de um morro que costumávamos ir e lá ficamos ouvindo aquelas estupidas canções e eu estava cada vez com menos paciência para o que quer que ele tivesse planejando. Gus, nós temos que... e ele me beija e com a ponta da lingua passa algo com um gosto amargo. Ele diz pra não engolir e nisso começamos uma longa discussão com palavras cada vez mais aleatórias e insultos cada vez mais vagos. A neve começa a parecer algodão caindo,o frio é uma sensação distante e tudo o que posso pensar no momento é que o amor é o suficiente. Ele tirou a luva de uma das mãos e a apertou contra a minha, eu podia jurar que nossas mão derretiam e viravam uma. Gus nunca teve palavras bonitas pra me dizer, mas naquele momento jurei que as sentia em seus olhos,nas suas pupias dilatadas e sua respiração alta.
Quase congelamos aquela noite, onde tudo parecia real e as músicas natalinas viraram melodias românticas.
Gus e eu ficamos juntos até o primeiro do ano.
A panca ainda dá sinais de vez em quando.

5.12.13

Sigo uma voz
que aponta pra lugar nenhum
mas me leva  ao profundo
dos meus próprios desejos
Me consome de vontade
acaricia-me os braços
ressoa meu suspiro 
fico perdida nos cabelos
daquele que me chama
Prometo baixo 
e que o encanto não se desfaça 
depois que tiver você
tão perto, tão forte 
Juro que não é por mal
se eu bebo várias doses
se eu fumo demais 
porque isso de sentir amor
me enerva 
não to acostumada 
ao um blues menos feliz que eu
Se te sigo 
na real não tem mais desculpa
to aceitando carona
sem rumo definido 
e que paremos apenas na rua da minha casa

26.11.13

Ando a procura

Eu queria estar numa tarde quente de verão, perdida na natureza com você. Nós andaríamos pela floresta, respirando pesadamente enquanto procurávamos um lugar para esfriar nossos pés cansados e ficar altos.
Finalmente acharíamos um rio, onde sentaríamos nas pedras frias e tiraríamos nossos sapatos, você abriria a garrafa de vinho tinto enquanto eu acenderia um baseado. Não ouviríamos nada mais do que o silêncio, talvez vento balançando os galhos das árvores. Sentiria a caricia da cada elemento e me arrepiaria enquanto passo a vez e você me alcança a garrafa, olharíamos um para o outro com afeto decidindo deitar sobre os musgos.
Por não falarmos eu ficaria pensando que não queria estar em outro lugar a não ser nessa paz com você. Meus pulmões se sentiriam quentes, meu corpo começaria a ficar leve e minha mente anuviada e nesse momento eu poderia jurar que eu só fico completa quando você está sobre minha pele, naquele seu jeito quieto e pacífico.
Eu não teria mais necessidade da dor ou da destruição que eu frequentemente procurava, pois eu saberia que doeria mais em você do que em mim. O paraíso nunca pareceu tão perto agora que seus lábios procuravam os meus. Agora que a cidade estava há km de distância sinto que estamos ainda mais próximos.
Quando teu cabelo cai sobre minha face eu não mais sinto medo do escuro. Quando sua barba faz cócegas no meu pescoço eu sei que estou me divertindo. Quando você sorri e as folhas caem delicadamente, tenho consciência de que os anos que passaram tinham me machucado tanto que eu não conseguia ser esperançosa, mas agora eu vejo que o caminho que eu segui me levou até aqui. Eu tomo conta de mim, sou confiante e  tudo porque um dia eu simplesmente não conseguia mais me odiar, por causa que você me amava.

25.11.13

Não consigo dormir


A nossa formatura
foi um dia chuvoso 
Eu usava um vestido branco
me sentia um fantasma 
perto de saias rodadas 
e ternos emprestados
eram tantos sorrisos 
que nos cantos só restavam
um de cada tipo
 Você era o cara sem encaixes
jeans rasgado
olhar vidrado
eleito garoto problema
eu era só mais uma desajustada
Não sei o que aconteceu
naquela festa
lembro apenas de eu e você 
meu vestido rasgado
uma garrafa vazia de licor 
e a fumaça dos cigarros
no pequeno depósito
"Me beije, me sufoque, 
eu amo a dor quando é você que inflige" 
E a nossa solidão nos esmagou 
um contra o outro
os trovões encobriram teu nome
Eu acordei do torpor da existência
você só ia se formar no ano seguinte
e só pra constar
quero meus 20 reais de volta.



20.11.13

E assim que o sol se esconde
e o dia termina
mais uma vez te espero
com janelas abertas
uma xícara de chá
Eu sei que você já se mudou
teus fios dourados estão mais curtos
e já não resta uma aurela branca sobre teu dedo
Meu sorriso é de nostalgia
teu perfume acabou-se
essa falta me dói todo o fim de tarde
não sei o que fazer
com minhas prateleiras vazias
ou que flores plantar
Já não mais frequento
o parque
não ando de bicicleta
não sei mais compor
Não me abro
meu medo é esquecer de ser feliz
sinto que algo maior chora a chuva
pois nada mais sai
de dentro de mim
Amor,amor
nossas fotos ficaram comigo
e tu fugiu
com alguém tão mais estranho
e algumas polaroids
O verão nunca foi tão frio
nesta parte da cidade
mas a janela continua aberta

15.11.13

Verão de 76,eu estava desempregada e o calor era insuportável. Deixei as janelas abertas e a pouco brisa conseguia balançar um pouco a cortina branca. Você tinha pedido para cortar seus cabelos então estava eu no meu terceiro cigarro quando a campainha soou. Voei para a porta e lá estava tu encostado no vão,cabelos bagunçados um pouco oleosos pelo calor e sorrindo me cumprimentou, um beijo em cada bochecha e um pequeno arrepio passa pelos meus braços. Ao entrar se encaminha ao rádio e pergunta se fiz café, e eu, mais que depressa alcanço sua xícara favorita. Eu não deveria saber isso,também não deveria saber que são 3 colheres de açúcar ou que você não bebe com leite, porém sua existência é demasiada importante para eu apenas ignorar estas particularidades.
Ao mudar de rádio olha por entre as cortinas para a calçada cheia de pedras claras, para os casais passeando em roupas veranis e solitários cachorros procurando sombra. Acendo mais um cigarro, como tua presença me frustra! Ouço várias músicas tocarem e pararem, então tu sintoniza numa do Creedence  e se senta no sofá enquanto beberrica seu café.
Vou até a cozinha,acho a tesoura e me direciono aos seus cabelos, sinto a textura dos fios negros ondulados, espirro água e fico brincando com uma mecha. Você então olha pra cima, eu suspiro pra esses olhos azuis, lembro que tinha pedido para ligar o ventilador enquanto eu estava perdida em devaneios e madeixas.
Ligando o ventilador, fico a imaginar se ganharia mesmo cinco reais,ou se ao menos os queria. E foi só virar novamente que te vejo tirar a camisa, parecia tenso, não parava de alisar a barba e balançar a perna. Pergunto o que tem todavia nem me responde ou me ouve, olha fixamente pra janela, depois pra mim e molha os lábios.
Lembro do que aconteceu como um flash, se levantou,foi até mim e me olhou,eu apenas fecho os olhos e sinto a brisa. Foi num verão abafado e seco de 76 que nos beijamos pela primeira vez. Eu usava um vestido muito curto e você queria um corte de cabelo.
Estou escrevendo para você
pois não consegui mandar as últimas
vinte cartas
Pensei que não estava pronta
era tudo muito complicado
Eu sempre bebo uma cerveja
antes de me abrir
agora estou exitada e tonta
Você sabia que
nós nunca conversamos?
é que o simples fato de olhar para mim
com esses olhos verdes
me deixa sem palavras
Mas ao beber
eu posso sentir a timidez
abrir caminho para uma
grande ferocidade
Ao ler estas palavras
fico preocupada
que você possa não gostar
daquilo que eu quero
Baby, vamos nos embebedar
das palavras um do outro
até que o silencio procure nossos lábios.

4.11.13

Cansei
Dessas conversas fiadas
das piadinhas
não consigo te ouvir
é que me distrai
dai
já rasguei tua roupa
pelo menos 2 vezes
nesse desejo
a gente só se perde
fica sem folego 
e as borboletas
Não tem poesia
no meu tesão
não tem amor
no modo como nos olhamos
Resta só na consciência
o impedimento  
não queria te conhecer
tu queria me tomar 
não dá pra entrar nessa brecha 
então cade o papo furado?
Nada acontece
por que não te dei bom dia
por que tu não me dá oi
Juro,
da próxima vez eu roubo sua camisa. 



14.10.13

Hey baby, pra onde foi o nosso amor?  Eu sinto esse peso no peito constantemente mas descubro que é só nosso velho gato ficando confortável as minhas custas. Hoje é uma daquelas noites que você bebeu demais e eu fiquei puta da cara, grito: "esse não é o cara com quem me casei" e você me manda a merda,a garota com que você se casou não tinha a voz robusta de quem fuma uma carteira de cigarros por dia. Oh desiludido casal somos nós, parece que essa realidade não tem nada a ver com aquilo que sonhávamos acordados. Você dizia que seriamos velhos descolados, mas nem um cigarrinho de maconha fumamos mais. Cansados e casados, ficamos sem ânimo até mesmo pra transar, que coisa esquisita, eu sinto falta daquela sua bunda. Sinto falta da minha também. Hey baby, cadê o tesão?
Toda a vez que eu passeio pela cidade eu lembro de histórias que nunca contaríamos pros nossos netos, a gente falava disso com orgulho. Hoje em dia pensaríamos nesses feitos com horror e censura mas a verdade é que eu queria ter 18 pra sempre. Faria tudo de novo,se fosse com o seu eu de 18, com 51 só de te olhar me sinto nauseada. Nunca nos casaríamos com aquilo que nos tornamos,mas agora é muito tarde,nada há de ser feito e eu morro de medo de acabar sozinha. Te suporto pelo que você foi e fico viva por aquilo que eu fui e claro, por que estou gostando cada vez mais da minha novela e você não daria comida pros gatos.
Hey baby, você tinha cheiro de hortelã. Eu tinha pele de pêssego. Baby eu te odeio mais que tudo pois você me mostrou tudo aquilo que eu sinto falta. Baby eu te odeio tanto só porque te amei.
Depois das estrelas eu vejo o chão cheio de garrafas vazias.

7.10.13

Coloco teu jeans
quando palavras não me cabem
Cai a roupa
recai nos vícios
Eu to sempre querendo algo
que nos junte
mas que não desnude
esses meus maus hábitos
Esses rasgos
e remendos
são frestas
pras pontas de dedos impacientes
e noias perversas
Eu te quero mais
quando não sei o que você quer
e por querer
passo a mão no seu bolso
pra (te) procurar
Se não acho o isqueiro
uso teu jeans pra me acender
Abre esse botão.



29.9.13

O mundo fica mais quente
quando olho
e percebo
em você
as minhas marcas
As tuas palavras
descem do peito
passeando
desejando
entrando
Eu suspiro pra não dizer
o "a" daquilo que te espanta
pra não dar nome
à situações
Estou muito ocupada
ou culpada
pra dar voz ao
sentido
Enquanto tu vaga
me desarma
Eu nunca fui assim

24.9.13

Ne me quitte pas

Eu acho que tudo o que eu começo a fazer ou escrever é um erro e to apagando. Diabos, eu to presa em reticencias e coisas guardadas aqui dentro de mim, não deixo nem salvar uma frase, uma açãozinha pra mudar, pra pegar de onde parei e tentar dar uma remendada. Queira me desculpar por essas coisas recentes que eu ando escrevendo, estou confortavelmente enuviada. Sem a dor ou a raiva eu não sei ser eu, só sei existir, por enquanto.

12.9.13

A fumaça dos cigarros se acumula,estamos você e eu sentados de fronte um pro outro então você me pergunta "seria diferente?" te respondo pois, que não, que demos certo apenas uma vez, eram outros os tempos, os buracos e as faltas agora são diferentes, alguns por sinal, foram por causa tua.
Você dá uma tragada,bagunça o cabelo, frustrado, e eu mudo meu olhar pra janela um tanto incomodada. Dá pra contar nos dedos as ocasiões as quais fomos recíprocos, que nossos sentimentos se tocaram e se misturaram como café com leite. Hoje nada mais somos que água e nescafé. Não era o mesmo.
"E tu acreditas que ainda te quero bem?", sorrio e afirmo que sim, lhe toco a mão, te sinto, sinto tanto, sinto muito, e não sinto nada. É se não uma pena que não fomos feitos para permanecer juntos, porém lhe afirmo que é o melhor, não suportaria te ver distante mais uma vez pois morria eu de saudades e tu de nostalgia. Não era nosso tempo, apenas era um tempo nosso. Nada foi sério nem oficial então não restara nada a se jogar fora a não ser uma segunda chance.
Me olha teus botões negros, por um segundo me sinto menina e cruzo os tornozelos, tensa. Tu ainda me meche sabia?, "Sabes bem que sinto o mesmo. Nos quisemos tantos, pra onde foi tudo isso?" Me sinto enjoada com a pergunta e bebo minha taça de vinho, molhada a garganta, tirado o nó te explico, que  não há mais palmas suadas e corações palpitantes para idade como as nossas... "Apenas finais amargos." Baby, você não poderia estar mais certo que à anos atrás. Nosso romance devia ter sido guardado numa foto, duraria mais que a gente.
Ainda bem que não casamos. 
Ainda bem que não adotamos um gato.

3.9.13

Desabafo da utopia

Eu quero igualdade. Não em dinheiro. Não em direitos. Quero igualdade nos deveres. Sonho que um dia as mãe vão educar seus filhos, não para crescer e serem homens e mulheres de sucesso, mas antes de tudo, para serem iguais em comprometimento. O dia em que o filho lava a louça e a filha seca, e no próximo é vice e versa, sem reclamações porque o conceito do que é justo vai estar acima do que é costume, acima de qualquer privilégio, gênero ou idade. Quero presenciar o dia em que o pai e a mãe vão dividir tarefas domésticas, que toda a familia vai querer ver a unidade dar certo, que todas as pessoas tirem a cabeça do virtual e do teórico e comecem a fazer as coisas por que é necessário. É igual.
Eu adoraria ver o povo tirar esse preconceito de mulher na cozinha,criado pelas mulheres E homens. O lugar de ninguém é na cozinha ou no quarto ou na sala só por contribuir financeiramente a mais, se não, qual é o fim de se ter uma familia? Não há mais o conceito da prole ajudar na plantação ou fazer comida, mas parece que isso continua ali, cravado no inconsciente, porque isso sempre aconteceu isso sempre vai ser assim.
No dia que as pessoas criarem cidadãos, gente consciente do que precisa ser feito, será o tempo em que não terá feminismo, machismo ou igualdade. Tudo será meramente senso comum.

23.8.13

Irmãzinha,

Eu queria que você sentisse. Liberdade. É verdade que mamãe diz que o cubiculo que eu moro mais parece uma jaula do que um lugar pra chamar de lar. Mas agora eu sei, esse mundo é o meu lar. Cada esquina, cada luz, cada neon. é meu. Como eu queria te mostrar, parece uma música dos Smith, a mesma sensação de entrar em outra galáxia, de achar poema em cada pessoa que eu encontro, de sentir que a cidade é vida. Um país onde a noite governa porque a tarde ninguém tem sentido. Eu sinto como se eu parecesse parte de uma constelação, fumando eu viro estrela cadente. Esse universo é divertido, num ônibus eu me sinto numa espacionave. tudo é muito longe. tudo é uma viagem. Irmãzinha, eu adoraria que você pudesse ver. A existência aqui é um porre,de dia eu sou uma astronauta, de noite eu sou um alien. A gente se inscreve na pele dos outros mas o sentimento sai rápido na proxima ducha. pois é. Eu me sinto flutuando. Eu gostaria que ..... você não viesse pra cá. Irmãzinha,seja estranha. seja uma estranha. apenas sinta. Arranja um lugar pra dormir,mas nunca durma. Deixe a tv ligada habitando um espaço que serve só pra você não ser mais um fantasma. seja um alien. Caramba,eu to escrevendo isso num lugar desconhecido,as vezes parece que as palavras se escrevem sozinhas. Eu te mostro tudo em polaroids. Querida, te mando um presente, poe uma música e coloca debaixo da lingua. Eu quero que você sinta.

Peace. Luv.

21.8.13

Antologia de Letícia










"Ta tudo muito curto e acumulado."

Senti a mudança
tão repentina como
algo que acende
aquilo que move
o ganho não só dói,
consome voraz 
o vazio pleno
chamando...
Quando foi que
o meu desejo
virou tua liberdade
E o meu medo 
te mostrou o caminho
Já não dá mais
pra parar de tremer
pois a hora mais sombria
vem com o silêncio
e três pontos
Ao sentir a mudança
não sou mais uma só

13.8.13

Stoker


A trilha perfeita da cena perfeita,suck it Hollywood,sensual sem nem precisar tirar roupas
http://www.youtube.com/watch?v=tuuxnziJJS4
Haviam dois irmãos
Um casal
O mais velho
A mais nova
e nada entre os dois
(                           )
só o vazio lá dentro
cada um que soubesse de sua tristeza 
que não podia ser aplacada 
por causa de uma lacuna criada muito antes deles
sequer existirem
ou pensassem nela
o sentimento que lhes faltavam
era aquilo que
um casal anterior 
esqueceu num corredor 
nas contas, no fundo de um copo
numa gaveta sem segredo
E o vicio da solidão
ocupa lugar numa namorada problemática
num escapismo caro
Isso se chama 
herança hereditária 
testamento e diário
promessas da boca pra fora
os irmãos imitam o casal 
justificando que nada podia ser diferente 
Mas porque então os olhos vidrados 
encontram o passado
ao invés do futuro
ou o presente
ou a herança
ou o divórcio
Nada pode ser diferente
dos planos divinos, espirituais 
O silêncio denuncia os culpados
que todos se ajoelhem
hora de pagar os pecados
e dizerem que aceitam

4.8.13

Sente e fique confortável,sinta-se livre pra tomar um gole de café ou acender um cigarro, eu não me importo. Eu na verdade estou me sentido esquisita de expor isso mas acredito que sendo uma pessoa curiosa e mente aberta isso não irá te incomodar.
Acho que quase todas as noites eu fico me perguntando: e agora? e em seguida abro uma página em branco e me distraio de proposito. É aquele velho truque de não pensar no assunto pra semear a responsabilidade ao vento, é coisa de babaca mas eu to meio desleixada mesmo. Descuidada eu perco uma parte importante das relações humanas e meus atrapalhados atentos me fazem repetir desde o começo sem nunca chegar no meio e muito menos no fim desse jogo. Me de uma dica de trapaça ou deixe que as linhas se estendam sem nunca anunciarem um vencedor, sempre mantendo a postura de um premio acumulado. Não que você entenda minha reserva porém torço que seja o bilhete dourado sobre essa sombra do anonimato e poderemos nos permitir uma troca equivalente e ouso dizer, até garanto satisfação. Basicamente preferi palavras a rostos só que nada mais preenche,nada mais mantem minha atenção,virei puramente literária e agora estou presa na minha inabilidade de ler rostos e corpos. Esta proposta é posta junto com umas cinzas e palmas meio suadas de nervosismo, falta um empurrãozinho então por favor me puxa.  

No mundo da lua


2.8.13

Antiga fábula

As folhas que são carregadas pela briza de um outono flutuam suaves fazendo seu caminho pra o jardim de uma solitária jovem, a luz que mal aparece atravessa por entre os vários lenços estendidos no varal, acendendo sua pele sobre um tom dourado. O rosto salpicado de pequenos pontos se vira para uma estrada deserta com tal ansiedade que mesmo que a poeira levante e seja lançada sobre o alto ela não desviaria o olhar.
Nesta pequena cabana no alto de um monte, sombreada apenas pelo que se resta das árvores haviam duas camas mas apenas uma era usada. Os pássaros orquestravam por toda a natureza e a dama passava seus dias entonando uma mesma triste canção enquanto sua vida se esvai no canto de seu sorriso melancólico. 
Ao passar-se o dia tão rapidamente, o pouco brilho de seus olhos acompanhava o sol no horizonte e o cintilar das estrelas que se erguiam. O fogo que estalava acalorava a pele branca e a mãos que costuravam mais lenços coloridos a serem estendidos na próxima vez, tão juntas estavam que formavam linhas e mais linhas de uma suplicia muda, uma reza e uma oferta. 
A jovem artesã sabia que o final estava próximo, a porta se abriu com um sopro gentil de quem aceitou o presente e com um longo suspiro a moça coloca seu lenço sobre a mesa, sorri e fecha os olhos. A cabana estava em paz. 

30.7.13

Take the pain,take the pleasure



Esconda suas preferencias, elas são julgáveis, nada saudáveis e muito sexy. (O ministério da saúde prefere não se pronunciar)

23.7.13

Aquela que fica em casa vendo novela

Lola é uma daquelas jovens impacientes, cheia de sentimentos e vazia de significados reais. Ela não sabe o caminho mas quer andar de mãos dadas com sua suposta felicidade denominada Rodrigo, ele parece o cara legal com aqueles olhos escuros e cabelo rebelde dos anos 80. Lola não o conhece mas acha que ele é a solução pras noites solitárias de porre e frustração, na imaginação dela eles seriam o tal casal moderno, liberal e explodindo de amores, quando está lavando a louça ela imagina os dois saindo de bicicleta,sorrindo de bêbados e se amando no meio de um enorme campo florido, com direito até a um Golden Retriver (que ele havia dado pra ela), quando está caminhando pelo centro fantasia que eles fizeram uma viajem pra Califórnia, fizeram tatuagens e brincavam de se jogar água do mar. A garota estava no ponto critico, criava aqueles cenários todos mas não falava uma palavra na cara do verdadeiro Rodrigo, o que não a preocupava pois ao seu ver ele iria ao seu encontro,como nos sonhos.
De uns tempos pra cá ela viu o verdadeiro Rodrigo conversando com uma verdadeira outra garota dos olhos azuis muito da engraçadinha, de primeira ela pensou bem,é uma amiga,uma amiga,ele tem várias, negou a possibilidade, escondeu o jogo e no fim Rodrigo acabou pedindo os brilhantes olhos azuis em namoro, os dois foram felizes e Lola acabou sem amor, a califórnia ou as bicicletas.
Veja bem essa história podia ser diferente mas isso não quer dizer que ela seria uma história feliz. Lola podia ter ido falar com o Rodrigo real, mas ao invés da Califórnia eles iriam à prainha do litoral , ao invés de bicicletas ele teriam um Chevette amassado, até o Golden Retriver virou um Gato branco e preto chamado Miau. Ou seja, nada do que ela tinha planejado foi o amor de verdade, ela se sentiu frustrada e o namoro não teria durado 3 meses.
Damos graças a deus que isso tudo foi só uma hipótese,a vida só tem um jeito de acontecer, Lola se casou e não foi feliz, só mais uma daquelas mulheres conformadas e amargas, ao menos ela tinha o cachorro certo.

20.7.13

obsCENA

O sangue ruim quer que suas mãos passeiem pelas minhas coxas, que de tão frias me arrepiam,de tão frias me acendem, tenho a perigosa sensação de me afogar na casa de aquário e quanto mais suas mãos sobem, mais os meus olhos caem, mordo o lábio pra espantar um suspiro que se tranca na minha garganta.
Se isso me faz mal eu aceito, se isso me faz bem serão coisas que eu perco no calor, depois... depois que o sangue ruim (ex)pulsa, quando me dou conta que talvez tenha me mordido com muita força e você para pra sussurrar que eu fico bela em vermelho.
Meu mapa astral não sintonizou com o meu ciclo, aquário entra em escorpião numa hora não prevista, desarmada, despida e com as bochechas corando penso que tenho que parar de ser influenciada pelos astros e pelo tesão.
Ele me deixa viajando pelo cosmos, tive a visão de Deus entre minhas pernas, que por ele ficaria de joelhos, de tão profana sinto o ardor da perdição e engato numa suplica, obrigado senhor eu precisava de um orgasmo. Apreciamos o silêncio, ele está sem folego aos meus pés mas o sangue ruim não se aquieta, a noite é longa e mal nos aquecemos. Baby tomara que você não tenha que trabalhar amanhã.

13.7.13

18 anos de motivos

Odiável eu,de 18 anos, sabe que  a tristeza é o caminho mais comprido pra uma morte certa. Foi a frequentadora mais assídua entre as pernas dos garotos problemas, dizia a si mesma: a diversão é o jeito mais eficaz de andar para um destino trágico. Se tinha vontade de chorar, mandava a vodca goela abaixo e fechava o bico, ninguém suporta bebado chorão. Um detestável eu que sentia apatia pelo fraco e oprimido, que parava no meio de tudo o que estava fazendo pra fumar e pra não ter que chegar ao final de coisa alguma só de sacana. Aquela que olhava pro reflexo e não tinha perspectiva de velhice, não haveriam rugas nem pele sobrando num lugar a sete palmos abaixo da terra, restariam apenas  algumas garrafas de cachaça não terminadas e uns 5 ou 6 gatos que precisariam de novos lares e barrigas cheias. O eu que era muito novo e nunca se ferrava o bastante, não aprendia com a ressaca, nem com as brigas e muito menos na faculdade. Detestável eu, bonitinha, burrinha, facinha, alegrinha, muito "inha" pra despertar interesse, de certo era mais preferível fazer palavras cruzadas do que desvendar 18 aninhos. inhos.
Dá até pra queimar fotos, excluir a conta do site de relacionamentos, rasgar todos os diários e se mudar de casa, mas não se queima/exclui/rasga/muda aquele filme que passa na memória todas as noites quando se fecha os olhos pra dormir. Eu posso mudar qualquer coisa só que meu de 18 anos não sabe disso, continua o mesmo desprezível ser humano preso no labirinto do minotauro, fútil,apático e oferecendo o destino a sorte que vier. Os 18 anos fazem a mariposa ir em direção a luz até se queimar ou até apagar, peço ao meu caro leitor que não odeie este eu, pois ele não sabe o que faz e mesmo que soubesse garanto que não faria de outro jeito, por isso só eu tenho direito de me detestar. Mariposas não são borboletas.

7.7.13

Bata antes de entrar

Bate em mim. Se tiver coragem,desconte sua dor em mim. Se force contra meu corpo e descarregue toda sua frustração nesse momento extasiante. Repita de novo e de novo um nome que não é meu e me faça gritar de raiva e de prazer. Por que eu derramo lágrimas que o senhor nem nota pois é covarde o bastante pra fechar seus olhos e não querer me encarar. Deixa eu tomar as rédeas desse caso antes que eu quebre no meio, antes de eu me tornar uma sombra da garota que você gosta e que te renega, achei que se você tocasse em mim, veria que eu era feita de carne e ossos, de muito mais que sexo e frustração. Lembro que no começo eu não me importava de te deixar entrar, eu adorava ser quem você não tinha e profanava a lembrança de uma garotinha meiga. Pois é, essa relação nossa ta virando uma piada, tenho que tomar dois Xanax pra dormir e acordar cedo pra maquiar uns roxos, aproveito e tomo duas xicaras de café ao invés de só uma costumeira. No trabalho me pediram se eu estava tendo algum tipo de problema, eu dou de ombros e murmuro que o problema é gostar de problema, foda-se a delegacia da mulher eu tenho direito até de desfilar com um olho roxo se isso me deixa sexualmente satisfeita. Mas esse nem é o ponto, eu gosto de bater em ti também, agonia agonizantemente agoniante, o ministério da saúde adverte que não é nada saudável e que devíamos os dois ir pra um psiquiatra, mas não conte para os vizinhos, eles acham que ouvimos filmes deveras fortes e fazem questão de lembrar que estão orando por nossas almas. Tenho a impressão que um dia desses a gente vai se matar de prazer sem encontrar amor algum nessa vida, e pensa bem, se a dor é tão real quanto vida, a existência foi um fardo tirado das tuas costas. E finalizo com uma sugestão, da próxima vez tenha colhões pra olhar pra minha cara, todos os monstros são humanos.

4.7.13

Ensaio sobre a loucura

Senhor Doutor, seu divã é horroroso. Essas cor branca desbotada e esse cheiro de mofo me dão uma vontade enorme de colocar a cabeça no forno e ligar o gás. Eu sei,o senhor tem 50 anos (49), e esse seu escritório tem pelo menos 20, mas colocando os números de lado me conte, estou curiosa... Já sabe se eu sou uma suicida? Eu admito que me cortei umas 3 ou 4 vezes mas foi na horizontal, é pela dor. Sim, eu não esqueço da caixinha de Prozac e aquela vez infeliz com o Valium, vomitei demais, tenho que tomar nota de nunca mais misturar remédios e Vodca.  Eu tenho que me apresentar? Como assim? Você sabe meu nome, o senhor o chama toda a vez que quer uma chupada, não estou reclamando, sou indiferente o bastante até quando o Doutor goza na minha boca... Isso, adicione bipolar a sua listinha de merda, queremos um diagnóstico completo pra ter provas o suficiente de que eu devo ser trancada num sanatório pelo resto da vida, adoraria me sentir sã mas acho pouco provável. Mas me confidencie agora, eu tenho a impressão que o senhor gosta de levar uns tapas, o senhor é um velho safado! Se eu não me engano é anti profissional,anti ético e anti diversão estar transando com um paciente, ainda mais com aqueles que ainda são de menores, mas é obvio que o meu querido psicólogo não faz isso, arruinaria uma carreira perfeita. Não, eu não quero falar do meu pai, nem da minha mãe. Estão mortos. Usei vermelho no velório,me expulsaram de lá então só de sacanagem fodi com um cara de batina, acho que era um padre, ele me disse que eu era Lilith, e eu disse que esse podia ser o meu nome se ele quisesse. Dai... dai que eu tinha uns 15 anos e nenhuma grana no bolso, eu fui fazer o que qualquer fodida tem que fazer,sumi, fui pra capital, pra garganta do diabo. Foram anos nebulosos, eu cheirei demais, fumei demais, transei demais. Um belo dia de manhã eu acordei numa casa estranha, não sabendo que merda eu tinha feito pelos últimos 2 anos e tive vontade de me dar um tiro na cabeça e acabar com isso, acho que o senhor pode dizer que eu sou depressiva, anotou ai? Bom... aconteceu que eu achei umas anfetaminas e um litro de vinho. Acordei aqui nessa pocilga, cheia de náuseas e com soro na veia, o senhor veio falar comigo e eu pensei "esse é o tipo de cara que eu ferraria a vida completamente" e pois então,agora ela está toda ferrada, mas ao menos o senhor esta satisfeito sexualmente. As mulheres,doutor,são a causa e  o efeito. Se não me engano até Froid falou alguma coisa sobre comer a própria mãe ou algo do tipo. É, nosso tempo acabou, você não quer... Oh,da sua filha? Felicidades pra ela! Até logo e me traga um pedaço de bolo, eu sei que o senhor irá.

Ela reza pela vida dela,que foi apenas um sonho.


Sábado de aleluia

A pequena miss Sunshine deitou-se de lado com uma faca apontada para suas costas, ela se encolhe na esperança de cair num sono de rivotril, porém infelizmente, ela sonha acordada. Há uma sombra em sua cama e a Miss Sunshine sente o frio percorrer o corpo, um vento embaixo das cobertas quer entrar, batendo na porta do céu. Ela se arrepia e aperta os olhos, faz uma prece, mas parece que Deus devia estar tão bêbado quanto ela. A cama que tem peso de uma cruz, Sunshine amarrada e amordaçada no próprio silêncio enquanto a ponta da faca não parece querer recuar e o sopro morno no pescoço a quer mais do que a própria morte. A pequena miss sente um nó na garganta, um nó no estômago, enrolada no corpo todo, não se mexe e não dá um pio, ela agora é apenas uma garota suja, pecadora e condenada pelo sangue de cristo.

Glória, era sexta feira santa. 

14.5.13

Tragédia da vida privada


Sobre o dia de hoje


As nuvens cinzas cobrem o céu como um véu do luto e seus sonhos se vão quando a chuva lavar a terra. Gotas peroladas coroam tua cabeça preparando os primeiros sinais de uma tempestade que esvoaça até a saia de uma senhora, é hora de se recolher enquanto o tempo se fecha e ruidoso os trovões anunciam a hora mais sombria da tarde. Um sopro frio congela a espinha dos calorosos e logo pingos grossos escurecem a terra de chão batido, os cães se escondem debaixo das casas. Todos se sentem inquietos a luz de vela, o vento assobia pelas frestas da casa sussurrando como fantasmas. As mariposas sobrevoam a chama da vela criando sombras assustadoras que quase a apaga. As crianças tremem, os adultos disfarçam e os velhos dormem. 

17.4.13

Confissão


É uma justificativa injustificável o que eu faço. Porque eu bebo. Porque eu fumo. Porque eu fico louca. Faço isso por que é divertido. É certo e errado e eu não preciso escolher, não preciso esconder. Eu fico assim por que é uma fuga os olhares, das conversas a portas fechadas, aos sussurros que queimam na minha pele, uma fuga da classe média, as regras. É o cheiro impregnado no meu corpo quando eu volto pra casa tarde ou de carona, de segunda a segunda. O escudo do ataque acusador é você não saber pra onde esta olhando, é o “boa noite” e o lanche que você prepara casualmente em silêncio enquanto a tradicional matriarca passa a roupa e olha casualmente pra tv. Ela sabe. Ela não sabe. Ela emudece. A tv fala e deus está na tv e na pergunta que ela se faz: “aonde eu errei?”. Eu faço isso pra não mandar todo mundo se foder, parar de me tratar como se eu fosse uma coisinha, a propriedade do ninho.
Eu faço isso porque aquele garoto me rejeitou, outro me pegou e eu continuo me sentindo vazia e sóbria. Faço essas coisas tendo a ínfima esperança de morrer uma hora dessas e saber quem ia sentir a minha falta e pra onde eu iria, faço pra saber se eu sou uma boa escritora ou só uma daquelas pseudo neurótica. Era pra jogar tudo pro alto e não ser ninguém, pra virar um gato selvagem ou uma garota popular. Era pra arranhar aquele carinha lindo até sair sangue. Todo mundo se pergunta “aonde foi que ela errou?”  e comenta “eu nunca vou ser como ela” até o primeiro gole queimar na garganta, até as risadas surgirem e a sensação de liberdade seja mais real do que a pessoa sentada ao seu lado e você esquece por completo o que ela esta te contando, é pra sorrir, acenar e rir bastante com a ultima palavra da história “verdade” “né” “e você?” Apenas pra esquecer o quão ruim foi aquela prova, o quão monótona é a vida, é a esperança de mudança. É pra não pensar antes de dormir, é pro estomago esvaziar na privada durante a quieta madrugada. É pra pensar que a ultima vez seria a ultima, e mesmo assim fazer tudo outra vez. 

2.4.13


Olhos que espiam, olhos que escondem. Verde e Azul se encontram por uma fração de segundo e depois desviam. Olham pro livro procurando alivio, o cabelo cai sobre a vista e o coração quase sai pela garganta. Tudo parece ter mais cor, mais aroma de café porém nada interessa por tanto tempo, os olhos se voltam pra mesma direção, se pegam no ato, se encaram por um tempo que ninguém conta, desafiando. As bochechas queimam e então uma garçonete corta tudo quando vai atender a mesa, a coragem se esvai e só resta a timidez. Ele se levanta, paga conta e vai embora, a garota espera relutante olhando pro relógio de 5 em 5 segundos, se levanta, paga a conta e sai porta afora. Olhos que procuram o azul descobrem uma fumaça branca impaciente, verde e azul se reencontram, se desafiam, se seduzem e aquele embrulho no estomago aparece, verde esquece de respirar, azul esquece de tragar.
“ Quem é você?” ninguém pergunta e o barulho dos trovões dão lugar a pingos de chuva, um pingo cai na bochecha dela, outro no ombro dele e eles se apertam na pequena maquis em busca de abrigo. “E agora?” indaga o leitor impaciente e o dono do café. O cara apaga o cigarro e coloca as mãos no bolso enquanto a garota parece ter esquecido que estava usando saia e procura o bolso também, azul olha pro céu e verde olha pro chão. O ar em volta deles parecia suplicar para que as conversas que tinham na mente se tornassem palavras nas línguas afiadas e inquietas.
– Não para de chover, que frio – diz ela.
– Estacionei meu carro longe – murmurou ele.
E as palavras se perderam na chuva e no vento e ninguém cogitou voltar pra dentro do café. Azul notou  que as pernas da garota estavam cheias de pingos de chuva que desciam lentamente em direção ao chão, as pupilas dilatam e o azul se esconde. Verde observa perifericamente e nota, dá um meio sorriso e estremece de frio, de curiosidade. 
Então as gotas finalmente sessam mas nenhum dos dois se move. “Mas pelo menos o nome...” é de se esperar, ta certo. Não mata ninguém.
– V
– A
Cada um segue seu rumo e nem o destino sabe pra onde.

31.3.13

Olha

Anna Karenina
“Só o acaso pode ser interpretado como uma mensagem. Aquilo que acontece por necessidade, aquilo que é esperado e que se repete todos os dias, não é senão uma coisa muda. Somente o acaso tem voz. O acaso tem suas mágicas, a necessidade não. Para que um amor seja inesquecível, é preciso que os “acasos” se juntem desde o primeiro instante, como os passarinhos sobre os ombros de São Francisco de Assis.”
Milan Kundera

27.3.13

Uma viagem


Garoto to assim, meio mole, meio difícil pra ti. Se você entra no bar e pede uma bebida um sacana vem pra te comprar ou pagar. Sozinha não dá e contigo não rende, garoto você não ta sabendo de onde é e pra onde vai, só raspa tua barba no meu rosto, fica de papo comigo. De onde veio tanta gente? E todo mundo se enturma, não sei o nome de ninguém. Cadê eu na multidão? Então rola e vai... seus fios lisos no meu olfato, que perfume tem que não posso negar? Quero a solidão do errante e a purificação de um santo... quero a punição do diabo, se enlaçando no meu passo enquanto danço “ I want you (She´s so heavy)”,  pensa nisso enquanto tu fuma um deitado no carpete, como se a música quisesse dançar com o seu corpo e você quer se enroscar nela como se sua alma ficasse com tesão. Dai  você se lembra que ta naquele bar escuro e sujo, com o pior tipo de gente possível mas uma bira barata.
Rola sexo ali pelas 3 e pouco da manhã, a bebida fazendo  o efeito erótico de um movimento seguido meio curvilíneo. O peito e a barriga e a curva das cochas, sentindo o suave ofegar e o cheiro de suor e dos cobertores recém lavados de um hotel a quinze pratas por noite (sem o mini bar) sente a sensual sensação de um gemido e uma tremida, pelos eriçados enquanto ninguém regula a respiração, tragando um cigarro de cravo, o único que restava. A gente se levanta e não se fala, toma banho e saí pra brisa fria de um outono gélido. Volto pra casa enquanto meus pulmões gritam por Deus. Enquanto a garganta dói como um purgatório.
Dormir a noite dá medo, mas é melhor apagar a luz no fim do túnel hoje e dormir com boas cobertas antes que o inverno comece.  O inverno se aproxima.

23.3.13

Te espero no banco de trás do carro por que pela porta da frente da tua vida tu não me deixa entrar. 
Ta certo que eu sempre soube que não tinha que te esperar pro jantar ou pro dia dos namorados. cê entende que eu não curto rosas nem chocolates,é que as vezes da uma puta saudades vendo filme da sessão da tarde. 
Me dá uma carona por causa dessa garoa, o que começa num abraço vira uns amassos, dai sua garota liga e eu fico na minha quase esqueço de respirar. 1,2,3,4 e 7. enquanto o cd toca eu entendo minha parte no nosso lance. 
A chuva molha. você me olha. me sinto febril. eu preciso de um trago pra fugir dessa situação. É só no banco de trás que você é meu. Então deixa chover. 

18.3.13


Enquanto eu passava numa rua eu vi um cara sentado no cordão de cabeça baixa. Não se sabe que tipo de pessoa era, daquelas loucas, bêbadas e auto destrutivas, daquelas simples e deprimidas que não dá um curso na vida por que acha que a vida flui com Deus. Certo é que, provavelmente, ele nem dê bola pra que raios de pessoa eu seja, é que eu não me contenho ao imaginar o que é que se passa na cabeça dos outros. Nossa, talvez eu desse minha lingua pelas respostas mas cá estou agora tentando impor desinteresse  querendo não me perguntar, apenas beber um trago como se fosse um sábado a noite. Deus não aprovaria uma semana inteira assim mas então por onde esse safado anda enquanto a gente almoça o pão que o diabo amaçou durante a semana? Talvez o novo Messias fosse o cara sentado no cordão de cabeça baixa, rezando por mim, por alguém, pelo mundo. Possivelmente ele estava dormindo.
Sabe você pode não se importar mas o mundo ta do avesso quando uma pessoa pensa assim,  eu queria poder dizer alguma coisa sensível, alguma coisa humana mas eu sinto que tudo isso se esvai pela ponta dos meus dedos, eu dou de ombros e falo “tanto faz, o problema não é meu, é do mundo.”  Ele tem mesmo, eu você o cara da calçada e todo mundo que passou por ele e não ficou imaginando que diabos ele estava pensando.  E tudo começa com aquele individuo sentadinho e quietinho. O mundo só tem um problema quando você olha pra quem iniciou isso e começa a divagar, melhor atravessar a rua quiçá ele vá te roubar. 

17.3.13

Parece,mas não é


O broto chega perdido, cambaleando e com uma mancha de vinho na roupa. Ela não tem noção do que acontece ao seu redor, seus olhos semi serrados são sinal vermelho pra realidade. Então lá vai o broto chegando em cada bizarrice do bar por um gole de trago, talvez seja a mina mais nem ai do lugar.
Ela chegou no Freakshow e começou papear:
– Cara esse whiskey é muito bom.
– Jack Daniel.
– Ele parece um mar que entra na boca e é tipo uma onda que não queima.  – O senhor Freak não entendeu o que ela queria dizer, mas o broto era uma coisinha fora de série,então sorriu e acenou. Mas dava pra saber, o broto queria um chá de sumiço mas a única coisa que conseguiu foi o tal do Jack Daniels.
Não dá pra tomar o chá das 5 com café, mas também serve, por hora.

13.3.13

Aonde o amor termina e a loucura começa?

Acho que passamos a vida inteira encima do muro. De um lado,temos o amor,que começa com uma faísca e acaba num iceberg. E do outro temos a loucura,que é repentina do começo ao fim.
Se se cai de amores,temos uma queda onde os indivíduos se esfarelam e se tornam parte das areias do tempo,perdura mais que a loucura. eu falo de paixão ou de loucura mesmo,humanos não tem forças pra serem assim o tempo todo. A loucura é canalizada,exige corpo e alma,é de cair num abismo que te quebra de dentro pra fora,deixando só cacos de vidro. descartáveis.
Ninguém consegue se equilibrar no muro,ninguém sabe dosar no clube da humanidade,todos estão bêbados de sonhos prontos pra se jogar no desconhecido de novo e de novo como um joguinho de video game. 
Depois ninguém sabe por que quanto mais velho mais desacreditado.

Nebulosa igreja


Pântano! A gente ta num pântano.
Não parecia verdade, com toda aquela fumaça (neblina) tava mais pra garganta do inferno ou a própria garganta queimada de fumo. Era tudo verde como a plantinha e a gente nem sabia mais  aonde tava indo, parecia uma aventura na selva de pedra ou talvez tivéssemos caído no buraco da alice. depois dos cogumelos. antes da reabilitação. Dava pra rir da situação sem graça nenhuma, rir por estar perdido num lugar que a gente conhece tão bem porque a gente achava que tava em Júpiter. no pântano. na nossa própria mente. Com um monte de bla bla bla  tic tac que corre mais de vagar que água. “Eu me sinto muito água”.
É muita luz depois de sair, mas a gente continua parado, sem coragem de ir pra casa. Cada um desejando que esse momento que durou horas ou as horas que duraram séculos fossem passadas com a água. ou era cerveja? a realidade chamou. desliguei na cara.

4.3.13

Pulp Fiction



" - Não odeia isso? 
-O quê? 
- Os silêncios que incomodam. Por que temos que falar de idiotices para nos sentirmos bem?
- Não sei. É uma boa pergunta. 
- É assim que sabe que encontrou alguém especial. Quando pode calar a boca um minuto e sentir-se à vontade em silêncio.”

3.3.13

Baby fez algo ruim


Eu não sou boa baby. eu não sou boa pra ti. mesmo assim te quero.
Te quero  pra mim, como meu troféu. meu mordomo. meu gatinho. meu orgasmo. meu fim.  Quero você ai, lendo um livro, tomando café, fazendo palavras cruzadas, me fazendo um sanduiche. Quero que você seja meu, mas não quero ser sua.
A gente até pode sair por ai, nos vestir igual, beber demais, nos agarrarmos no escuro, me coloca contra a parede, me faz gozar. e eu encontro um amor na multidão melhor do que você. faço o mesmo convite. olho no olho. oh baby termine logo com isso que eu já cansei.
Tem hora pra ficar, tem hora pra fugir, de repente não te atendo mais nem te olho mais na cara, como se nada fosse nada. Acho que me perdi e te perdi, nunca tenho saco pra nada, eu sempre quero tudo de novo outra vez. sadomasoquismo emocional. Você nem se liga mais em mim também. Idiota. Babaca.
Ah baby, eu nasci pra ser a “outra” pra sempre. o plano b. a saída de emergência. baby me quis  por um tempo mais curto que o de uma punheta.  eu nunca fui boa baby. eu nunca fui boa pra ninguém. mesmo assim te quebro.

5.2.13


Um não tem nada a ver com o outro. Pra mim amor é magica e a realidade é trágica. 

26.1.13

Tem algo que vem se aproximando,chega de mansinho e de repente,me saúda com uma leve mesura e fica me circulando. Me olha nos olhos,mas não vejo nada que não seja eu mesma. Me sinto primeiramente desconfortável e logo em seguida em pânico, pareço uma bagunça nessa timidez sem origem, me sinto perdida por não saber nada sobre isto, o futuro. o passado. ela. ele. presente.
"Aquilo" se move como um felino. Me conduz como um dono, me sinto um cão, uma cadela, e ironicamente eu me enlaço nisso, me tranço, enroscada, enrascada, ferrada e feliz (na coleira). É num vai e volta que essa relação se mantém, no paralelo entre realidade e escapismo, é quando eu quero fugir e me sinto marcada e obrigada a voltar, me rastejando sempre de volta pra aquilo que me deixa forte e fraca.
 Eu sempre me pergunto: como eu posso me apaixonar pela dor que eu sinto?
Toda a vez que ela me estende a mão eu pego, agarro, faminta por sentir aquele torpor que deixa meus olhos semi serrados e meu coração a passos lentos. Nunca gostei de frenesi, por que é algo que não se acompanha e não se preve, eu me sinto idiota de não poder controlar, mas passo a ser fantoche do destino cujo as linhas o demo puxa só na brincadeira (quando eu quero que algo,qualquer coisa mude).
E é assim que se sucede a histórinha da vida de todos nós, seguindo seu curso como o rio,que sempre corre pro mar, pra um final amargo. (Final feliz )

L.

24.1.13

Lucy in the sky (with diamonds)

A gente se deita lentamente como a agulha de uma vitrola, flutuando junto com o som do Blues, nem lembrando dessa vida de merda, só sente o estase pulsando nas veias e ouvidos. 
Estamos distantes o bastante não nos tocarmos mas agora nos vemos realmente,incrivelmente em tons coloridos e caleidoscópios. A gente se mostra duo, rolando e rindo sobre o tapete áspero, doí e nem nota-se , como a gente tentou e falhou tantas vezes e desatamos a chorar feito babacas, lamentando por aquilo que não temos ou sentimos. 
Nos sacrificando e nos fodendo cada vez que achamos que temos asas, somos galinhas;
As pálpebras se apertam.
Dai nos últimos gemidos a música morre, a gente começa a voltar, alma no corpo, com uma puta dor de cabeça. 
Ela toma um faixa preta pra dormir;
Ele vai encher a cara no bar.

Antiga L.

21.1.13

A utilidade das preferencias

A história é mais ou menos essa: eu estava indo para a minha consulta no dentista,e no prédio de lá eu tive que subir de elevador (coisa que eu odeio). Ao chegar lá,vendo aquele consultório todo branco aquilo já me deu um  arrepio,acho que médicos e dentistas gostam de branco porque faz parecer que é tudo muito limpo e esterilizado,arrumado. Argh. Bom ela olhou a minha carie e disse que precisava de anestesia e eu entrei em pânico porque eu eu odeio agulhas (como pode existir um combo de coisas ruins?),depois de 10 minutos lutando contra aquela coisa enorme,eu deixei ela fazer,e sim eu queria chorar de medo,sou cagona. Enfim depois dessas sessão de tortura eu vou ter que ir lá novamente amanhã (puro masoquismo caracteristico do ser humano).
Eu,muito braba,comecei a fazer a lista das coisas que eu detesto,por ordem de intensidade,aqui vão:
1 - Agulhas 
2 - Elevadores
3 - Trovões
4 - Pessoas/Multidões
5 - Calor
Obvio que existem mais,mas esses são fixos e eternos. Então eu comecei nas coisas que eu gosto:
Livros,gatos,silêncio,café, xícaras,cultura oriental,chocolate,dormir,filmes,discutir,aprender,meus (poucos) amigos,teatro,escapismo,natureza,etc...
Aqui eu percebi que eu não consigo colocar as coisas que eu gosto em ordem,porque todas são coisas boas pra mim,nada é intenso. Acredito que eu dou mais importancia pras poucas coisas que eu detesto do que para as que eu adoro,infelizmente é bem coisa do ser humano lembrar do negativo muito mais vezes e ordenadamente do que o positivo. Mas quando eu pensei nas coisas que eu gosto eu me senti mais leve... Acho que as pessoas devem fazer isso mais frequentemente pra descobrir que as coisas que elas fazem drama sobre são tão pequenas e limitadas quanto as coisas que elas odeiam.

13.1.13

Escapismo

Do filme "A viagem de chihiro"


É o alívio ou a distração mental de obrigações ou realidades desagradáveis recorrendo a devaneios e imaginações.

Que filme faz você se sentir assim?

Esse é o meu.

Um desejo




Queria ser sua garota, aquela que te faz sorrir sem esforço.

11.1.13

Olha só

Lolita dos olhos verdes,me lambe,me usa. Me cobre com teus cabelos cor de cobre e me abusa.
Fuja pra longe antes de eu acordar,se não fica e me faz um café.
Pula na minha cama,puxa meu cabelo,bagunça minha casa,minha vida.
Entra no meu mundo pulando a janela. Não é convidada mas fica um pouco mais,mais que demais. 
Sinto até enjoo quando mexe com minha cabeça,só não toca meu coração! 
Te mando embora,não quero mais ver teu rosto. 
Mas quando penso em ti sozinha,no teu sorriso e nas tuas covinhas... 
Volta.

Por L.

10.1.13

Caro alguém,ninguém.

Já imaginou estrago que faz nos sentimentos dos outros?
Tua aura colide e engole qualquer outra. Tira da paz todo aquele que se fecha,faz de errante até um santo e perverte o calmo vazio das virgens.
Qual é o teu segredo?
Não,não me conte. Tua imagem nunca há de ser violada pela realidade. De fato é preferível te imaginar a te tentar,é mais seguro.

Por L. 

9.1.13

Pessoas bonitas (reais) parte (y)

Elas são diferentes de nós pois colocamos distancia entre elas e nós. São mais tudo que a gente, inteligentes,sorridentes,felizes e ricas,mas não são reais. Não pra quem se esconde do outro lado de uma  ponte enorme que é construída por nós mesmos.




Com mulher tem todo aquele negócio de invejar a beleza pela ilusão de que tudo seria mais fácil e mais belo. O bom é que no fim você chama as bonitas de feias e diz que é muito mais você e bla bla bla,mas se arruma pra balada pra ser uma delas. Melhor admirar que mentir,no fim quem gosta de você gosta da sua personalidade (e vamos admitir,a sua aparência). Paremos aqui.


Por/Para ti mesmo(a)

Por um mundo mais suave e cafés mais doces. Por acordar de manhã cedo e ser hoje aquilo que não foi ontem.  Um sorriso de verdade e a sensação de calor. Por toda a coragem que você se muniu antes de dormir.
Pelas palavras que você leu e pelo sentimento que te consumiu. 
Na verdade,a verdade e todos os seus sonhos que se misturam e se perdem como passaros no céu. 
Por tudo o que se possa fazer agora e por cada chance de mudar. 

Por L.

6.1.13

(500) dias com ela

Da primeira vez que eu vi esse filme eu fiquei muito braba mesmo,chorei de raiva. Mas filme é coisa de momento,não lembro como eu estava,mas vendo agora eu acabei tendo uma visão diferente,talvez mais realista do que é um relacionamento.


Essa parte foi a mais interessante, mais sincera do filme. Tudo aqui que você idealiza versus a realidade dos fatos, a gente vê que um relacionamento é feito de duas pessoas,e se uma não esta de acordo,não há muito o que fazer pra reverter a situação,não dá pra jogar a carga inteira em si ou no outro.


A trilha sonora então,as "tristes músicas pops britânicas" que são tão bem representadas pelos The Smiths (que eu amo demais)  

Uma cara e uma garota podem ser apenas amigos,mas num ponto ou no outro,eles vão se apaixonar um pelo outro... Talvez temporariamente,talvez no momento errado,talvez tarde demais ou talvez pra sempre. 
E nisso eu concordo e esse é o principal motivo de agora eu ter gostado e entendido esse filme. Chega de idealizar histórias de amor,tudo dura o tempo que tem que durar e acontece por resultado de coincidência. Nada mais.

5.1.13

O que há de errado?

Não se importem com a falta de concordância,mas eu queria saber porque as pessoas fazem dos sentimentos delas um jogo?  Ou qualquer desejo mesmo. É esperar pra ver ou deixar rolar, deixar o outro tomar a iniciativa pra não ferir o próprio orgulho,mas que orgulho? Supondo que o amor ou desejo já faça você se igualar a alguém pois só assim você poderá alcançar quem você quer, porque a relutância? Ter que fingir e manipular sentimentos que a milênios nós tivemos o privilégio (e a infelicidade) de receber porque a sociedade E você mesmo se repreende. Repetir "não,não,não" só pra satisfazer o seu ego? Quem somos nós se não mera parte deste todo. Somos egoístas e egocêntricos pra poder magoar outra pessoa,mas se rebaixar pra ama-la,toca-la? Jamais. Não entendo a raça humana e faço parte dela e dos seus sentimentos contraditórios. Mas é mais pra ser sincera mesmo,coisa que a sobriedade não deixa. Um beijo.

1.1.13

Amores


Sem palavras,se eles estivessem juntos eu morreria feliz!

Primeiro do primeiro do ano

Esse feriado me deixou tão louca que eu achei que ia ser domingo pra sempre,imagine que inferno. Me perguntaram na virada o que eu faria com a porcaria do dinheiro da mega cena,eu falei que nada,que ia continuar trabalhando e estudando,veja bem o dinheiro muda as pessoas e como diria Tyler Durden do filme Clube da luta "As coisas que você possui acabam possuindo você". E nisso eu encerro meu primeiro post,afinal quem pensa de mais é feliz de menos. 
Ainda bem que a vida não é um eterno domingo/feriado.