Enquanto eu passava numa rua eu vi um cara sentado no cordão
de cabeça baixa. Não se sabe que tipo de pessoa era, daquelas loucas, bêbadas e
auto destrutivas, daquelas simples e deprimidas que não dá um curso na vida por
que acha que a vida flui com Deus. Certo é que, provavelmente, ele nem dê bola
pra que raios de pessoa eu seja, é que eu não me contenho ao imaginar o que é
que se passa na cabeça dos outros. Nossa, talvez eu desse minha lingua pelas
respostas mas cá estou agora tentando impor desinteresse querendo não me perguntar, apenas beber um trago
como se fosse um sábado a noite. Deus não aprovaria uma semana inteira assim
mas então por onde esse safado anda enquanto a gente almoça o pão que o diabo
amaçou durante a semana? Talvez o novo Messias fosse o cara sentado no cordão
de cabeça baixa, rezando por mim, por alguém, pelo mundo. Possivelmente ele
estava dormindo.
Sabe você pode não se importar mas o mundo ta do avesso
quando uma pessoa pensa assim, eu queria
poder dizer alguma coisa sensível, alguma coisa humana mas eu sinto que tudo
isso se esvai pela ponta dos meus dedos, eu dou de ombros e falo “tanto faz, o
problema não é meu, é do mundo.” Ele tem
mesmo, eu você o cara da calçada e todo mundo que passou por ele e não ficou imaginando
que diabos ele estava pensando. E tudo
começa com aquele individuo sentadinho e quietinho. O mundo só tem um problema
quando você olha pra quem iniciou isso e começa a divagar, melhor atravessar a rua quiçá ele vá te
roubar.
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