A pequena miss Sunshine deitou-se de lado com uma faca
apontada para suas costas, ela se encolhe na esperança de cair num sono de
rivotril, porém infelizmente, ela sonha acordada. Há uma sombra em sua cama e a
Miss Sunshine sente o frio percorrer o corpo, um vento embaixo das cobertas
quer entrar, batendo na porta do céu. Ela se arrepia e aperta os olhos, faz uma
prece, mas parece que Deus devia estar tão bêbado quanto ela. A cama que tem
peso de uma cruz, Sunshine amarrada e amordaçada no próprio silêncio enquanto a
ponta da faca não parece querer recuar e o sopro morno no pescoço a quer mais
do que a própria morte. A pequena miss sente um nó na garganta, um nó no
estômago, enrolada no corpo todo, não se mexe e não dá um pio, ela agora é
apenas uma garota suja, pecadora e condenada pelo sangue de cristo.
Glória, era sexta feira santa.
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