29.1.15

Não somos mais
que pele pra doar
um pouco de cura
para que sempre
voltemos a acreditar
que apenas o calor
é a saída
de uns braços
para outros abraços
Sob meu ser
gozo lento
pra dar tempo
de sobrar pros dois
Gosto que dá gosto
sem expectativas
sem medo
despido da roupa
e do orgulho
sem culpa
acolhe todo aquele
bem querer
Porque nem todo desejo é amor
nenhum desejo é pecado
e assim se quis.

20.1.15

Hoje eu tive vontade de ficar sozinha. Inacreditavelmente ao faze-lo, pensei que apenas houvesse vida no caos, na paixão e no meu reflexo nos olhos dos homens que eu me atraía, mas a verdade se mostra mais crua e ao descobrir que eu sou feita de matéria, não só do espirito selvagem como acreditava, conclui a pena que era não me admirar. Eu existo pela minha essência, eu existo por que já me beijaram, eu existo quando chamam o meu nome, e eu também existo no silêncio, ao viver da paz e tranquilidade, entre meus livros e meu aquário. Tal é o absurdo que é se sentir vivo que as coisas que nós fazemos ou sentimos parece sempre se sobrepor a nós mesmo, dependendo de outra existência pra validar a nossa, não há pessoa no mundo que não seja usada pela vontade do outro.
Liberdade, o conceito tentador que ao ser usado como desculpa para o livre ação na vida dos outros se deturba no resultado chamado relação. Você despreocupadamente se prende nas correntes invisíveis do desejo e do interesse, clamando por um momento de atenção e validando sua vida e seus caprichos à mercê do outro. A solidão é a doença da modernidade  já que a sociedade não toma pra si aqueles contaminados pelo amor próprio, a originalidade e pela libertação das vontades dos outros, não há regras que rejam o individuo, apenas a mera casualidade do destino presente nos momentos descontrolados e puros.
Entre calcular cada passo para o futuro ideal, eu prefiro ficar em casa bebendo meu café e lendo meus livros, pois eu não sou dependente dos meus sonhos nem escrava das minha expectativas, da vida não se espera nada nem ninguém, ela sempre se encarrega de presentear os aventureiros, os solitários, os loucos, com um pouco mais, Quando menos se espera, ninguém se desespera.

18.1.15

O amor é uma palavra que escorre dos meus lábios pro meu tesão. Tenho certeza querido, que nunca te terei por inteiro, e que enquanto tu puderes fugir do abraço apertado e dos dedos apressados, eu nunca irei te alcançar. Garoto, homem, você, ou a ideia de você, tensamente espectante por mim, eu não poderia ficar mais fascinada pela possibilidade da tua entrega. Pra que tanto orgulho? E todo esse medo? Não somos nada mais que uma silenciosa troca. Eu detesto o jeito que você não me olha, e pensar que você nem mesmo pensa em mim todas as vezes que cruzamos na rua, ainda assim eu me junto a todas as outras que você nem sabe o nome. Se teu olhar me chamasse, eu saia correndo mesmo com a sinaleira aberta, tão maior que é perigo de perder o momento. Sim, eu sou uma idiota, sim eu odeio o que eu sinto, sim, eu te aceitaria depois de tantos erros. Eu só não consigo substituir essas memórias de quando deu certo, e ainda assim eu procuro me libertar. A dor me anestesia do horror chamado monotonia, o amor atira certeiro no meu peito, e eu apenas faço sangrar sobre tua vontade.
Ontem
eu não pude acreditar
eu te vi
e pela última vez
acreditei
naquilo que eu sentia
Tão difícil dizer adeus
aos velhos amores
as nubladas esperanças
mas a chuva há de levar
e te lavar de mim
Não há mais nada
que eu queira dizer
pois tudo foi dito
no escuro da noite
eu vi,
eu compreendi
não há mais um lugar
guardado pra você
ou pra expectativas
o resto foi
águas de janeiro
que escorrem cálidas
pra purificar essa tentação
de voltar para um
beco sem saída
Chuva
Cura
Aflição
eu não volto.

14.1.15

Eu sou jovem
e escolho não ter que escolher
já que parece
que o destino sempre
faz o que quer de mim
Sim, eu desejo
passar meus dedos
pelo seu cabelo
tão limpo
eu sinto a vontade
de me aquietar
só não tenho um nome
pra chamar
Ao abdicar das
minhas aspirações
quem sabe eu
finalmente
pare de escrever
e apenas sinta
viva
Pra ser completa
eu não me escolho
já que ainda não é hora
de me iludir
Eu poderia ter
um trabalho
uma família
uma graduação
e uma enorme conta bancária
mas sorte a minha
eu troco tudo
pela efêmera liberdade
que é ser jovem
Sociedade,eu te abandono
pois eu não tive escolha
Amor,eu te abandono
pois eu não te escolhi
então abre teus braços, mundo
que eu sobrevivo
na beira do abismo



11.1.15

Sorria
enquanto não estiver
presente
que eu continuo te procurando
entre minhas coisas
entre minhas palavras
porque o sentimento ainda
vive
Eu só preciso de um
minuto
segundo
seguido
de um leve tremor
pra lembrar
oh baby você meche comigo
de longe
eu me perco
no teu mistério tão
voraz
ansiando por mais
uma prova
da tua beleza
Ele,tão unicamente
ele(mentar)
me faz largar o sossego
pois não há apego melhor
que me submeter a ti
e se não for assim
eu não faria diferente
eu me dedico a ti
enquanto a juventude me permitir
ser passionalmente tua
dolorosamente tua
e não unicamente
apenas eu
naquela velha aflição,



10.1.15

Minha cabeça dói
porque ontem
achei que você fosse meu
mas entre um tropeço
e um desequilíbrio
não consegui lhe achar
Eu continuo esbarrando
no acaso
quando a cabeça pesa
e o coração se rasga
num pranto silencioso
tu
somente tu
meu vicio
entrelaça tuas mechas
aos fios das horas
e eu juro
que sinto seu cheiro na brisa
De tantas escolhas erradas
que eu fiz
certamente a pior foi
beber por ti hoje
agora acordo
querendo sumir
pois baby
a poética não esta aqui
não, não
não é bonito sofrer
melancolia
azul
amarelo
ele
eu sei de cor.