20.1.15

Hoje eu tive vontade de ficar sozinha. Inacreditavelmente ao faze-lo, pensei que apenas houvesse vida no caos, na paixão e no meu reflexo nos olhos dos homens que eu me atraía, mas a verdade se mostra mais crua e ao descobrir que eu sou feita de matéria, não só do espirito selvagem como acreditava, conclui a pena que era não me admirar. Eu existo pela minha essência, eu existo por que já me beijaram, eu existo quando chamam o meu nome, e eu também existo no silêncio, ao viver da paz e tranquilidade, entre meus livros e meu aquário. Tal é o absurdo que é se sentir vivo que as coisas que nós fazemos ou sentimos parece sempre se sobrepor a nós mesmo, dependendo de outra existência pra validar a nossa, não há pessoa no mundo que não seja usada pela vontade do outro.
Liberdade, o conceito tentador que ao ser usado como desculpa para o livre ação na vida dos outros se deturba no resultado chamado relação. Você despreocupadamente se prende nas correntes invisíveis do desejo e do interesse, clamando por um momento de atenção e validando sua vida e seus caprichos à mercê do outro. A solidão é a doença da modernidade  já que a sociedade não toma pra si aqueles contaminados pelo amor próprio, a originalidade e pela libertação das vontades dos outros, não há regras que rejam o individuo, apenas a mera casualidade do destino presente nos momentos descontrolados e puros.
Entre calcular cada passo para o futuro ideal, eu prefiro ficar em casa bebendo meu café e lendo meus livros, pois eu não sou dependente dos meus sonhos nem escrava das minha expectativas, da vida não se espera nada nem ninguém, ela sempre se encarrega de presentear os aventureiros, os solitários, os loucos, com um pouco mais, Quando menos se espera, ninguém se desespera.

Nenhum comentário:

Postar um comentário